Paulo Robson de Souza

Em vez de baú, relativo à guarda de objetos caros e finos, caçuá, que me traz lembranças da infância e da poesia popular cantada nas feiras de Santana e de Conquista, na Bahia. O caçuá é ambulante, roceiro, de conteúdo discernível pelas frestas do seu trançado – seus cipós formam paredes quase diáfanas, revelando objetos que contam histórias, incitam sensações, reavivam memórias... Baú é aristocracia sobre cavalo branco. Prefiro os caminhos desbravados pelo jegue.
sábado, 22 de agosto de 2015
ENTREVISTA AO ZIRALDO
Quase dois anos depois de veiculado pela TV Brasil, eis que somente hoje encontrei a entrevista que o Ziraldo fez comigo em julho de 2013. Clique na foto para assistir ao delicioso "ABZ do Ziraldo", programa na íntegra. Chama a criançada!
Paulo Robson de Souza
Paulo Robson de Souza
domingo, 9 de agosto de 2015
TOCA-DISCOS: CONSERTA-SE
(Especial para Pescadores de Pérolas... Musicais / Facebook)
Neste domingo agi como minha mãe que, sem nada entender de fios, eletrônica e afins, nos anos 70 abria o velho ferro de passar para dar-lhe um jeito. Ousada, dona Santinha até hoje nunca diz “não sei consertar”, mas “não sei, mas posso tentar”. Meu pai Jaime também é assim, prático e destemido aventureiro para com os aparelhos defeituosos.
Incomodado após ouvir muito mal um “bolachão” da melhor qualidade, por causa de defeitos do toca-discos, nesta manhã enchi o peito de “donassantices” e, cuidadosamente, retirei o prato giratório para consertar o velho aparelho. Aliás, velho incômodo, confesso: há anos sua rotação está baixa, fazendo com que a voz de Ney Matogrosso pareça a de Maria Alcinda, de tão grave, lembrando a velha piada do Renato Aragão.
O medo de consertá-lo na base da tentativa-e-erro advinha do perigo de a polia se romper. Feita de borracha frágil e delgada, envolve o perímetro do prato e o eixo do motorzinho, fazendo com que o prato gire e, por conseguinte, o disco de vinil nele assentado. Uma coisinha tão simples, está fora de linha desde o advento do CD, embora seja uma quase alma das vitrolas.
Passado o clima de suspense, bastaram duas gotas de óleo no eixo do motor para pôr fim ao atrito que emperrava o mecanismo, não sem antes limpar a graxa velha que mais parecia visgo de jaca. Maior dificuldade foi encaixar a polia no eixo do motor sem que ela se soltasse do prato giratório, o que consegui esticando-a com um pedaço de fio dental, já que o eixo fica quase que totalmente escondido à medida que o prato é assentado.
Para minha surpresa, não apenas o toca-discos voltou às 33 rotações, como também ─ sei lá porque ─ o braço da agulha passou a retornar ao suporte de descanso depois de percorrer o LP, e agora o aparelho é desligado automaticamente.
Comemorei o “grande feito” ouvindo um LP inteiro de Ney Matogrosso. Que, por coincidência, tem um sugestivo título: Destino de Aventureiro.
Paulo Robson de Souza
12.10.14
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