Para L.L.
Faça de conta que a sua
esposa
se indignou,
na
rua, com uma injustiça...
E o
algoz interpelou.
Por defender a razão,
lhe levaram em camburão
feito um cão que se enraivou...
Ou suponha que sua filha,
ao cumprir o seu dever,
foi algemada por quem
devia lhe proteger.
Sem oferecer perigo,
lhe impõe vexante castigo,
puro abuso de poder.
Imagine um neto seu,
vendo tal afrontamento:
resolveu filmar a cena
do soldado truculento...
Teve o fone confiscado!
Foi também preso e algemado,
ferindo o regulamento.
Foto: autoria não identificada. Fonte: www.midiamax.com.br |
Veja um pai desrespeitado
pela polícia que acha
que seu patrão é o governo...
Que não sabe que a “borracha”
é paga com seu salário!
Seu suor! ‒ um tributário
do rio de impostos e taxas!
Imagine também essa
absurda situação:
sua honesta e honrada mãe
‒ que luta pelo
seu pão! ‒,
por ser mulher, pobre e preta,
ao discordar de uma treta,
vai direto pra prisão...
Faça de conta, também,
que você tem o poder
‒ por ser O
governador ‒
de fazer e desfazer;
de punir qualquer desvio
profissional, doentio
mas não o faz, não quer ver...
Dessas considerações
de nos ver no semelhante,
cabe, sim, admitirmos
de modo pleno e incessante,
o que É e NÃO SER ético...
Dizer ‒ de modo sintético ‒,
que somos... Simples instante!
Os direitos são pra todos!
Mas todos somos sujeitos
à maldade, à truculência...
Quando
o insensível sujeito
não
sente a dor na sua pele,
o
egoísmo o impele
a
aceitar o malfeito.
Cabe uma constatação
(não é fato descabido!):
são
direitos DOS humanos!
Não
são de clãs ou partidos!
Nunca
é demais dizer: “Ó,
no
fundo somos uma só
espécie:
‘Homem sabido’ ”.
Quem silencia, concorda!
Dá vida e voz ao tirano.
Quem não vê O TODO em tudo,
vive em si, no ledo engano...
Quem não sente a dor alheia
e com
o vil não se aperreia,
não
sabe o que é ser humano!
Paulo Robson de Souza
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Adendo (8.8.2019)
Cordel musicado pelo Mestre Galvão
Intérprete: Bia Blanc
Clique na imagem para ouvir
#nãoàviolência
#truculenciapolicial
#policiamilitar
#abusodeautoridade
Muito bom Paulinho
ResponderExcluirExcelente Paulinho! Estamos todos doentes, cegos complacentes, e não nos mexemos!
ResponderExcluirÉ vero! Uma pena!
ExcluirA violência hoje se espraia de todas as formas. Saudade da minha infância nos sertões da Bahia (Conquista) e de Minas (Almenara), onde a cidade onde a cidade inteira era extensão da minha casa. Ninguém tinha medo da rua. Medo mesmo só dos bichos e monstros das histórias que ouvíamos dos mais velhos. Hoje o medo faz parte de nossos sentimentos cotidianos. Ah, se existisse uma Passargada para onde pudéssemos fugir e ir ser feliz.
ResponderExcluirÉ verdade! Saudade (também) da Conquista da minha infância, conterrâneo/a. Grato pela atenção ao meu cordel.
ExcluirGrato, Don Geraldo!!
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