Para Janet I. Zimmermann
I.
Livro aberto como asas
voa do sul
ao centro
oeste.
Poemas e poemas são espalhados
sobre ramos, cerrados, espaços, regaços –
barcos de papel.
II.
Hoje, acordou no meu quintal a mesma manhã. A mesma embaúba.
Os mesmos pássaros. O mesmo sol.
Mas dessa vez os pássaros eram flautas. Flautas que cuspiam
desejos de florestas.
III.
Flautas andinas
e o baticum do tambor.
Nos escritos cuidadosamente caligrafados
há ritmo. Planícies e cordilheiras se fundem. O hálito morno
do brejo e a neve eterna
ligados pelas asas
de animais de penas e
seres
que têm uma pena nas mãos.
O condor
pousa sobre mim. Desejo de ler em voz alta
arritmias e incongruências do verbo.
IV.
Quem tanto deu céu e voz a pássaros
e teceu, rêmige
empunhada, palavras rumo ao infinito,
tem as próprias asas cortadas
por quem não sabe voar.
Paulo Robson de Souza
A Arte tem o poder de plasmar a Arte amigo Paulinho.
ResponderExcluirCom certeza! Abraço, poeta!
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