Intérprete: Áttila Gomes
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É duro ver todo esse choro pelas praças:
A namorada chora o amor que terminou
O velho ipê vê os seus braços amputados
E o coreto abandonado
Clama um tempo que passou.
Um chora as contas por pagar nessa dureza...
Uma mulher pranteia o filho que se foi
Tem, inclusive, o fazendeiro muito rico
Que nem sabe o que é penico
Mas chora a baixa do boi...
O pipoqueiro chora o milho derramado
E o pardal com frio e fome quer Piaf...
E o baiano com saudade da Bahia
Ao comer comida “fria”
Diz: Virgimaria! Aff!
O olho-gordo quer morrer pela vergonha
De ter caído na conversa do golpista...
A mulher triste chora por sua tristeza
Chora a pomba à impureza
E o cão, a perda das vistas...
Com tanto choro pelas praças, venha, Música!
Oh! Deusa Música com seu dom de tocar
Os corações, trazendo a todos a esperança
Nem que seja por um dia
Pra que parem de chorar...
Com este choro que não é choro de tristeza, não!
A esperança nesta praça semear
Onde há esperança brotarão muitos sorrisos:
Nós tocamos com alegria
Pra a alegria germinar...
Piano: Marcopolo Cerzósimo
Violão: Galvão
Clarinete: Matheus Coelho
Percussão: Áttila Gomes
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