Ontem recebi uma querida
professora que há meses não via. Chegou com aquela alegria que só encontramos
em apresentações dominicais de circo, prontamente retribuída com um abraço de
quebrar clavícula. Envoltos em riso puro de 180 graus estavam jardins
botânicos, impressões, maravilhas e decepções experimentadas na sua curta
passagem por Londres.
Contou-me histórias incríveis. O
que mais me impressionou, desse encontro cujo tempo de passagem se perdeu, foi
sua crônica – sim, uma crônica oral – sobre o modo respeitoso de como os
ingleses encaram e acolhem os velhos. Tivesse eu um gravador, teria uma crônica
feitinha, pronta para publicar em seu nome, se me permitisse.
Tímida, mais recatada que ostra de
ressurgência capixaba em dia de frio, só publica o necessário, não se expõe,
não se entrega, não se dá o direito de mostrar o que lhe é mais humano. Sabendo disso, a conversa acabou assim:
– Por que você não cria um blog?
Sim, minha cara! Não é para você, para seu capricho e vaidade (que não tem),
mas para contribuir para a evolução da humanidade. Sim, porque não há nada mais
desrespeitoso à pessoa humana do que desprezar os idosos, tratar o velho como
escória... Nos seus olhos, uma promessa de "vou pensar nisto com carinho,
seu maluco".
Paulo Robson
de Souza
20.5.14
(da série Poesia Todo Dia)
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