Beber da fonte a dádiva da vida,
sentir o gosto forte, o sal da história
e se fartar de coisas esquecidas...
Tornar à estrada o rumo, à estrela à glória.
Sorver as ondas quentes, exaladas
dos que mamam e voam, comovidos,
e perceber, no fogo, uma morada.
Soprar a brasa – tempo adormecido.
Conter o cheiro, ter o sal da terra
e perceber-lhe parte do ser vivo,
que o solo é vivo, e a vida nele encerra.
Sentir que a terra é o tempo carcomido.
Respirar... Ser... Cantar, viver arfante,
se apropriar do ar, da fácil
rima.
(Descomprimido, é o ar matéria errante
e princípio e fim. É matéria-prima.)
Se ver madeira, o último elemento
tragando a água e a terra, ao seu sustento.
Cheirar o vivo hálito, constrito.
Viver morrendo – fogo –. Ao pó restrito.
(PRS - 2005)
Respirei fundo e me inspirei nesse poema cheio de vida...parabéns Paulo!! não conhecia esse dom ainda!..vou estar sempre lendo seus poemas, já salvei nos favoritos! rs Obrigada pelo convite! um grande abraço!! =D
ResponderExcluirOlá Karen, grato pela consideração ao poema, um dos que mais gosto -- não propriamente pelo poema em si, mas pelos ensinamentos do Taoismo, alguns deles pretensamente colocados no texto.
ExcluirReparou que a foto é do Lago do Amor? A fiz do alto do trampolim, num dia com tanto sol que o efeito contraluz deixou parecer que a foto é preto-e-branco (mas não é).
Grato pela atenção!
Que lindo esse poema!
ResponderExcluirGrato, Maria Ana!!!
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