Sábado branco. Da janela do quarto espio a mangueira da vizinha balançando com a chuva forte, cheinha de drupas róseas, convidativas. Tão convidativas que até o termo “drupa” me lembra mordidas, chupadas, caldo escorrendo pelo canto da boca. A murta está florida, pompons de flores brancas e cheirosas. Os pássaros estão alvoroçados, prenúncio de que muitas minhocas darão um rolê no quintal – ô bichinhos loucos por chuva, esses de penas.
A chuva insiste. Por precaução, retirei o cabo do note, pois os trovões estão fortes – os raios não aparecem, mas estão aí em cima, pensei. Calculei a distância do raio contando os segundos que se sucederam até ouvir o trovão. Simples – falei para minha filha –, a velocidade do som é de apenas 300 metros por segundo, enquanto que a da luz é de 300 mil quilômetros. O trovão chega bem depois e...
A chuva insiste. Por precaução, retirei o cabo do note, pois os trovões estão fortes – os raios não aparecem, mas estão aí em cima, pensei. Calculei a distância do raio contando os segundos que se sucederam até ouvir o trovão. Simples – falei para minha filha –, a velocidade do som é de apenas 300 metros por segundo, enquanto que a da luz é de 300 mil quilômetros. O trovão chega bem depois e...
...E a conversa não vingou. Não é que o Manoel tem razão? Muita ciência estraga a poesia.
25.1.14
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