Tomei um gole de coragem.
Apertei os olhos, fiz a barba, cumpri o ritual de toda manhã. E aqui estou eu,
um caco, um molambo, a um passo do desespero diante do que há por fazer nesta
semana. Marasmo. Preciso urgentemente fazer um samba. Samba-canção, que é para
afugentar a dor que me espreita. Precaução, há de se chamar.
* * *
Acordar é uma necessidade, tanto
quanto dormir. Despertar mesmo, olhos
esbugalhados para o dia, é matéria de outra categoria.
* * *
É da natureza dos corpos buscar
o equilíbrio. Dizem que melancias o
conseguem no balançar do caminhão. A mim, não é preciso filosofia de feira nem
conceitos de entropia. Basta-me algo simples e prático: uma rede. Na rede
sinto-me o próprio monge. Maior acolhimento não há. Rede sustenta, abraça,
nina, quase faz cafuné. A minha tem voz, inclusive: “volte para mim...
volte...”. Vou! Não posso contrariar quem só me quer o bem!
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