sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

RESOLUÇÕES MATINAIS



Tomei um gole de coragem. Apertei os olhos, fiz a barba, cumpri o ritual de toda manhã. E aqui estou eu, um caco, um molambo, a um passo do desespero diante do que há por fazer nesta semana. Marasmo. Preciso urgentemente fazer um samba. Samba-canção, que é para afugentar a dor que me espreita. Precaução, há de se chamar.
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Acordar é uma necessidade, tanto quanto dormir.  Despertar mesmo, olhos esbugalhados para o dia, é matéria de outra categoria.

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É da natureza dos corpos buscar o equilíbrio.  Dizem que melancias o conseguem no balançar do caminhão. A mim, não é preciso filosofia de feira nem conceitos de entropia. Basta-me algo simples e prático: uma rede. Na rede sinto-me o próprio monge. Maior acolhimento não há. Rede sustenta, abraça, nina, quase faz cafuné. A minha tem voz, inclusive: “volte para mim... volte...”. Vou! Não posso contrariar quem só me quer o bem!

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