Para Luiz Bernardino
e Paulo Boggiani
Solos respiram; troncos mortos
respiram; folhas secas molhadas, mais ainda. O mundo invisível cumprindo seu
papel.
* * *
O tempo passando no couro
esquecido no tempo se torna verde-gris.
* * *
Estátuas falam. Marcas escavadas
na bancada laterítica falam. Por bocas e frestas cavernas ofegantes falam. Pedras
dizem coisas que não sabemos ler.
* * *
No tempo acelerado dez mil vezes
mil, rochas mudam de lugar. Movimento pétreo. A respiração ofegante do que se
decompõe.
* * *
O tempo marca de verde tijolos adormecidos.
Baixo metabolismo, beta clorofila, nitrogênio fixado... coisas de muro que só
sabe reter.
Paulo Robson de Souza |
22.3.2014
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