― Lucimara aqui é o Paulo Robson
como vai você tem um tempinho para me atender estou no Sul não estou
conseguindo sacar dinheiro o cartão está bloqueado ― falei assim de supetão,
vício do tempo da ficha telefônica, em que um ponto de interrogação determinava
ou não a interrupção da conversa (não pela interrogação em si, mas pela
resposta que se sucederia à pergunta).
― Professor, o senhor terá de
esperar o banco abrir, na segunda... ― falou-me ao celular uma voz doce e calma
de gerente atenciosa, jeito de quem acabara de acordar e não acreditava no que
estava ouvindo. Pego de surpresa pela impropriedade da ligação, devolvi a
gentileza com uma saraivada de mil perdões ai que vergonha meu deus sou perdido
no tempo jura que hoje não é sexta-feira desculpe desculpe desculpe ai que
vergonha bom final de semana pra você e sua família. E desliguei rapidinho (a
ficha caiu).
Paulo Robson de Souza
01.3.14
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