Tinha cochilado no finzinho de tarde
e minha filha me achou “com cara de bravo”. Algo muito estranho, ter pesadelos
durante um cochilo. Agora só me resta dormir.
* * *
Há algum tempo li um desses artigos
acadêmicos. Argumentava sobre a tendência que os pesquisadores têm, à medida
envelhecem, de substituir parte do pensamento científico por atos mais
relacionados à intuição. Penso ― penso?
― que neurônios envelhecidos tendem a desacreditar o sentido racional que
certas coisas nos oferecem, passam a duvidar das certezas e a se cansar das
interrogações. Em outras palavras, a senilidade torna dois sacos cheios: o
próprio, e algum tipo de “saco mental”, aquela região cerebral que costuma
mandar o mundo às favas toda vez que um idiota, um pretenso inteligente ou o
pior tipo de gente, o arrogante, abre a boca inoportunamente.
Minha intuição me diz que hoje não
devo sair de casa.
Paulo Robson de Souza
28/02/2005
Da série Poesia Todo Dia!
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