terça-feira, 16 de maio de 2017

NA BUCHA



Necas de pitibiribas é uma daquelas expressões que nunca soube o pleno significado, mas que sempre as empreguei com reverência e zelo.

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Ser aeroplano é o sonho de todo teco-teco.

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Guimarães disse que viver é correr perigo. E não viver? É o tédio. A dor silenciosa da amofinação.

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O arrepio é o soluço do corpo.

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Nunca é nada, ausência que jamais considerarei.

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Hoje colhi sorrisos dentro de minha boca.

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Machado de Assis, um bruxo? Mais que isso: um pervertedor de orações fáceis. Um luxo. Um esdrúxulo, in plenis verbis. Plenitude linguística.

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Cansei das desafinações das operetas cotidianas. Busco a ópera diuturna nas entrelinhas da baixa comédia.

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Quer conhecer o amigo? Contrarie-o e o espere sentado, com cara de quem amanheceu com vertigem ― a do tipo objetiva, que é para aumentar a dramaticidade.


10/3/05
Da série Poesia Todo Dia! (sem cortes)








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