― Paaaaaaaaaaaaaaiiiiiii! Venha
aquiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
Corri para o
quarto, pensado que fosse um daqueles ratos que vez em quando aparecem no
quintal, ou um carrapato do Morfeu, cão que encontrei na rua há três dias, mais
infestado de parasitas que toca de onça magra.
Encontrei
minha filha aos prantos, com o computador aberto. Acabou de saber que fora chamada para assumir uma vaga em serviço público federal em Ponta Porã, cidade
localizada a 500 km de onde moramos, Campo Grande. Primeiro lugar em concurso
muito disputado, vai exercer a profissão sem qualquer experiência, tocar sua
vida de modo independente, sonho de todo jovem recém-formado.
Disse-lhe
palavras reconfortantes, falei da dádiva que recebeu, que é preciso encarar com
alegria novos desafios, etcœtera et al,
como diria meu falecido tio João Ribeiro, pedreiro sábio, viajado e que falava
bonito (na minha infância ele adorava encerrar as frases como o que eu entendia
como “e tal”). Depois de dar todo tipo de conforto se espera de um pai, saí com
esta:
― Coragem
minha filha! Você é filha de Paulo Robson de Souza, sujeito destemido...
(pausa)... que não tem medo de ratos, mosquitos e carrapatos. Ela riu. E saiu
para encarar o dia de frente.
Paulo Robson de Souza
18.2.14
Coragem e aperto no coração.... coisa de pai.... Lindo!
ResponderExcluirGrato Maju, poeta querida! Grande abraço deste pai abestalhado, rsrsrs.
ResponderExcluir