Perco a direção
Na calmaria do vento.
Meu rumo é o agitado
Caminhar. Ando indolentemente,
Mirando pontos invisíveis.
Meu alvo são olhos
De pouca luz.
Onde estão? Não os vejo,
Nem eles me vêem.
Nesse descompromisso de enxergar
É que se dá o mais gostoso buscar.
Desprocurando a sombra vejo a luz.
Duas luzes.
Hoje encontrei Mariza e Amarílio,
Pessoas vivazes e queridas
Que não via há dez anos.
Não, não há Ary Barroso nesse verso,
Mas uma tentativa de ser factual.
Hoje encontrei almas gêmeas
Contrariando o senso da própria busca.
Gostoso saber da sua existência,
Vivenciar uma anamnese desinteressada.
(5 fev. 2005)
Caro Amigo Paulinho,
ResponderExcluirAcabei de ler o poema e me emocionei! Que lindas palavras.. será que as
mereço
mesmo? Você é um grande escritor, com alma sensível, como poucos que
conheço. Atualmente, é muito raro encontrar pessoas assim tão
interessantes e autênticas em nossas universidades, pois elas estão
marcadas pela competitividade. Que bom
que a nossa amizade não morreu!Te agradeço por tão belo presente e te
envio um grande e afetuso abraço daqui de Londres onde Amarilio e eu
estamos realizando o nosso Pós-Doc.
Marisa