Em vez de baú, relativo à guarda de objetos caros e finos, caçuá, que me traz lembranças da infância e da poesia popular cantada nas feiras de Santana e de Conquista, na Bahia. O caçuá é ambulante, roceiro, de conteúdo discernível pelas frestas do seu trançado – seus cipós formam paredes quase diáfanas, revelando objetos que contam histórias, incitam sensações, reavivam memórias... Baú é aristocracia sobre cavalo branco. Prefiro os caminhos desbravados pelo jegue.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
SERRA DO AMOLAR
Quando vi as maravilhas
do Pantanal — a maior
das planícies alagáveis —
ainda na borda leste,
longe da ilha Guató,
não pensei que ainda pudesse
ver maravilha maior.
Embora em vários lugares
do Pantanal haja alternância
de cheia e seca no ano,
nesse lugar a constância
é água por todo lado
nos lagos em abundância.
É como se uma barreira
cinza, de impuro cristal
margeando a tal planície,
represasse o Pantanal.
Lá as águas são eternas,
espelho celestial.
Longa Serra de Amolar.
Lugar onde a água para,
uns mistérios adormecem...
Onde o tempo também para
e a memória vira pedra
e o meu coração dispara.
Se o Pantanal foi chamado
em tempos muito distantes,
“Mar dos índios Xarayés”
pelos lusos navegantes,
provavelmente o Amolar
foi fato preponderante.
(...)
( 2005, trecho de cordel inconcluso)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
É impossível descrever a emoção que sentimos nesse lugar maravilhoso que é o Pantanal. Grande abraço e parabéns pelo Blog.
ResponderExcluir