O ferro cheio de brasa
A goma para moldar
A roupa de linho branco
À força, para vincar.
E quando o ferro esquecia
Do quente que deve ter
Grudava a bunda cinzenta
No fole, pra se aquecer.
O fole era uma coluna
De tábuas para caber
Um troço de coisa fofa
Num estranho subir–descer.
Na oca coluna havia
Na base um buraco assim
Onde eu encaixava o ferro e
Brincava de “fin-fuim”.
Marlene passava a roupa
No meio de uma canção
Gritava: “menino, olha!
Cuidado com o tição”.
(...)
(2005)
Nenhum comentário:
Postar um comentário