Em vez de baú, relativo à guarda de objetos caros e finos, caçuá, que me traz lembranças da infância e da poesia popular cantada nas feiras de Santana e de Conquista, na Bahia. O caçuá é ambulante, roceiro, de conteúdo discernível pelas frestas do seu trançado – seus cipós formam paredes quase diáfanas, revelando objetos que contam histórias, incitam sensações, reavivam memórias... Baú é aristocracia sobre cavalo branco. Prefiro os caminhos desbravados pelo jegue.
sábado, 24 de dezembro de 2011
BOLACHAS!
Coisinha engraçada esse bicho achatado e espinhento
chamado bolacha-do-mar!
Dentro d'água, dentro da areia,
a fazer cosquinha nos meus pés
e com a areia que a onda lhe cobre
até parece aquelas broas com açúcar
de confeitaria.
Com seus espinhos miúdos,
boca voltada pro fundo,
não sabe se é um ouriço que se achatou
ou uma estrela arrependida
que caiu de outro mundo
e se espatifou.
Uma quase bolacha
quase comida.
Quase nada sabe. Aliás,
só sabe
que é vida.
(2000)
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