Em vez de baú, relativo à guarda de objetos caros e finos, caçuá, que me traz lembranças da infância e da poesia popular cantada nas feiras de Santana e de Conquista, na Bahia. O caçuá é ambulante, roceiro, de conteúdo discernível pelas frestas do seu trançado – seus cipós formam paredes quase diáfanas, revelando objetos que contam histórias, incitam sensações, reavivam memórias... Baú é aristocracia sobre cavalo branco. Prefiro os caminhos desbravados pelo jegue.
sábado, 24 de dezembro de 2011
CÉU MORTO
Descobri com espanto:
talvez não exista mais aquela estrela.
A luz é obra do passado
como o rio é o passado da fonte.
Em outros mundos
a Terra que se avista é passado.
O nosso céu é passado. E os astrólogos
lêem velhas cartas para falar do futuro.
E os astrônomos vêem
combinações que não existem mais.
E os poetas fitam
o trem que já passou.
* * *
Quanto mais viajo
ao encontro da estrela,
mais velha ela fica.
Muda de cor.
Driblo o que há de vir
— o futuro —
saltitando sobre o passado
numa viagem multicolorida.
E pra ver a infância da velha estrela
deveria seguir sua luz primeira
(que por aqui passou)
numa nave mais ligeira.
* * *
Universo:
O céu é feito de rastros.
Duniverso: o céu é feito de dunas
de estrelas se movendo.
Verso:
Uma estrela nascendo
Anverso:
outra morrendo.
(1988)
___________________________________
Sobre a Lei de Boyle-Mariotte/transformação isotérmica, consulte:
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/lei-boyle-sobre-transformacao-isotermica.htm
http://brasilescola.uol.com.br/quimica/transformacao-isotermica-ou-lei-boyle.htm
http://www.sofisica.com.br/conteudos/Termologia/EstudodosGases/tranfisot.php
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