segunda-feira, 28 de maio de 2012

ORCA


Para Cláudia Bran Nogueira Cardoso 




(MENINA)

– Em setembro, no Play Center 
nossa escola foi brincar. 
Foram tantas brincadeiras 
fazendo a gente vibrar... 
Ah! Como adoramos ver 
um mamífero do mar! 


(CRIANÇAS)

– Vimos a baleia orca 
com sua brancona barriga. 
– No dorso, o negro da noite. 
(No ar, uma canção antiga.) 
Vimos sua boca gigante 
beijando as moças, amigas. 

– A baleia dançou tanto 
uma música alemã. 
Às vezes jogava bola 
na água cor de hortelã. 
(Havia mais uma orca. 
Pareciam ser irmãs.) 

– Êta baleia sabida! 
Como é que aguentava 
pular, dançar toda a tarde 
quando se apresentava? 
Parecia ser de vento, 
pois nunca se machucava! 


(PROFESSORA) 

– Seria a orca uma baleia 
que não cresceu o bastante? 
“Aimeudeus”! Virgem! Caramba! 
É de um modo estonteante 
que o dicionário me diz: 
é um golfinho gigante! 


(MENINA)

– Essa baleia malhada 
possui uma força divina. 
Sai pulando que nem cabra 
pela água, tão traquinas! 
Se só mata pra comer, 
não é baleia assassina! 


(Do livro Poesia Animal, de Sidnei Olívio e Paulo Robson de Souza. 
Editora UFMS e Sterna Edições Ambientais, 2003.) 

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