sábado, 29 de setembro de 2012

FREVO DA CAPIVARA



Música: Adriano Praça
Letra: Paulo Robson de Souza
Intérprete: Áttila Gomes




A capivara é o maior dos roedores.
Eu não pensava que nadasse tanto assim.
Seu nome indígena me conta muita coisa,
pois  caapii gûara  é “a comedora de capim”.

É tão bonito vê-las nadando em fileira,
entre mergulhos... Indo ao pasto... É tão bonito
sentir o grupo unido contra o perigo
e a capivara-sentinela dando um grito.

Dá gosto ver, ao fim da tarde, na lagoa,
as capivaras dentro d’água namorando...
Os passarinhos catando os seus carrapatos...
O velho líder, quatro filhotes mamando...

A capivara é o maior dos roedores
e é muito mais para quem estuda a sua vida.
De certo modo é o mais mais dos animais...
Quanta beleza pela noite escondida!





                       (ligue o som e clique na imagem abaixo para assistir ao vídeo)



                       (clique na imagem abaixo e obtenha, gratuitamente, a partitura)






(com CD encartado), 2011


sábado, 22 de setembro de 2012

PAPO DE CIENTISTA SOBRE BEIJOS E BORBOLETAS AZUIS



Quanto tempo de ciência será
preciso
para sabermos da cor e do tom a que nos referimos?

Cálculos probabilísticos indicam:
há abraços azuis
quando se olha para o céu
no abraço
– num longo abraço.

Beijos azuis existem sim. Na física, na fisiologia e na poesia.
Menos frequentes porém; pois o que se vê
com um beijo
é o vermelho
da retina comprimida
pela emoção.
Vermelho-sangue. Vermelho-lábio. Vermelho que só o desejo sintetiza.

Fisicamente falando,
ao se considerar que o fogo vermelho
tende ao azul quando se aumenta a temperatura,
é provável que um beijo de fogo
possibilite a sensação do azul.
Cor fria na aparência,
mas que na medida certa faz-nos ver estrelas.
Então está combinado: beijo azul só se for profundo.
Azul profundo cravejado de estrelas – o mesmo vale para abraços.




Já borboletas azuis
são como fadas: nascem de crisálidas encantadas
pela cor
do frescor da manhã
e pelas possibilidades do que virão a ser.

Temo pela borboleta azul
incrustada na pele,
em ponto íntimo de mulher dengosa, quiçá imperscrutável (o ponto ou a     
                                                                  [mulher?).
Mas quem a capturou me promete:
quando me conhecer... eu te mostro”.

Assim continuarei meus estudos sobre beijos e borboletas azuis.
Mais precisamente:
sobre um beijo profundo em uma borboleta azul-cutâneo.


(Paulo Robson de Souza, 2007)

domingo, 2 de setembro de 2012

O RIO


Rio Verde com buritis (nordeste do MS).
Foto: Elisabeth Arndt



Sim! Diz a filosofia
que se o tempo sempre passa
e a água escorre sem fim,
um rio nunca é o mesmo
se visto depois, por mim.
Mas, pra mim é o mesmo rio
porque porta o poderio
de parar o tempo, enfim.


(trecho de cordel sobre o Dia do Rio Paraguai,  em Cáceres)