domingo, 30 de outubro de 2016

PORTAS

Música: Calos Piazer
Letra: Paulo Robson de Souza



(clique na foto para ouvir via Face)



Sementes são como portas grossas que se entregam à luz
Que, no retiro da horta, novas histórias conduz.
Embaixo da casca morta, um gás se antevê doçura
Pelas químicas estradas luz captura.

A vida é feita de fracassos e de tentativas
Em volta do milagre de nascer intempestiva.
É a certeza revelando a incerteza do momento
Tênue fio de luz rasgando infindável escuridão.

A vida tem um jeito próprio e descarado
De se fazer de morta – um fato destacado.
Quando se tem esperança, brasa é fogo adormecido
Aguardando um sopro amigo pra rasgar a escuridão.

Não é possível irromper um grito não tendo voz.
No silêncio gris do vácuo é preciso ser tenaz
Jogar fora a casca morta, ser solidão da horta
E na terra se sujar para germinar. 

Sementes são como portas grossas que se entregam à luz
Que, no retiro da horta, novas histórias conduz.
Embaixo da casca morta, um gás se antevê doçura
Pelas químicas estradas luz captura.