segunda-feira, 15 de abril de 2013

PARA BETO GUEDES




Como um rio

Doce

mineiro

a tua música se espalha

em nosso interior

erodindo mágoas

abrindo suaves caminhos

adubando...

revestindo de primaveras

todo o barro que nos modela.


(1988)

CLARA




Clara Claridade


para o povo, os poetas...

Arara vermelha

voou tão cedo...

Será que o brilho intenso esgotou sua bateria?

Não. Sua força vem do morro

energizando a Cidade

suas artérias e veias

— inesgotável Portela.


Clara nuvem de algodão

agora viaja no vento

rumo às estrelas que foram

encher de música o céu.


(1988)


GERALDO AZEVEDO




        Ê trem retado esse moço!

        Faz belos versos sem esforço

        E, quando faz cantoria,

        parece fazer poesia.


(1988)

BETHÂNIA



Menina da Mãe Menininha

Menina dos olhos

Dos colares protetores

Das explosões mais humanas

Foi Narciso quem me disse

As sereias

Te emprestam o canto

Que nos leva enfeitiçados

A infinitos mares

De olhares.



(1988)