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Nas horas cansadas, os minutos demandam eternidades.
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Não. Não vestimos máscara para vencer o dia. Mas para nos adaptar a cada relação interpessoal (máscaras sob medida, diria o artesão marqueteiro).
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Religião é refúgio para alguns, muleta para outros, couraça e fortaleza para os medrosos. Re-ligação com Deus, mesmo, fica para os estudiosos de filologia.
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Muitas religiões têm a capacidade de endurecer o dedo dos tolos. Dedo inquisidor. Dedo que aponta, julga, condena. Espada compacta porém perversa.
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Toda formação religiosa deveria ter muitas atividades práticas. Não a prática da teoria ou da teologia, mas a pedagogia do exemplo. Pré-requisito maior: práticas de complacência e ética na prática.
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Resolvi reiniciar minha dieta anfibiana. Tudo bem que sapo é pouco saboroso ― esse não é o problema. Meu maior medo, mesmo, são os efeitos colaterais: o veneno acumulado em meus poros durante a dieta me deixará um ser intragável?
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Quanto mais sapo engulo, mais escrevo. Pelo menos para uma coisa serve a resignação: revelar bons, medianos e maus escritores.
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Toda vez que o portão de casa geme, meu coração dá espasmos de alegria e diz: meu filho!
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Calma, senhores! Nem toda pergunta é digna de resposta...
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Bunda de tanajura, calango assado, grapete, maria-mole... Essas coisas têm gosto de infância. Meu amigo gaúcho adverte: melhor não conferir (quando um adulto tem recaída, perdem o gosto).
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Desde que os mandatários nativos perderam a capacidade de domar os vulcões
que se escondiam nos subterrâneos do Brasil ― aliás, de um tipo peculiar,
pois vomitam lama e mentiras ―, passei a enxergar pompeias em cada esquina.
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Faça o que eu mando, não se faça de seu pai.
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Silêncio e solidão são substantivos sem substância.
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Silêncio: senão (substantivo) e, muitas, vezes, opção. A solidão vem junto (embora assim não esteja sozinha).
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A solidão mais sofrida é quando está acompanhada. De gente e do paradoxo de ser só estando acompanhada.
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Essa brincadeira de escrever o que primeiro surgir na cabeça tem lá sua capacidade de resgatar verdades interiores. Desde que não se corrija depois.
(3 de agosto de 2005 ― não corrigido depois)
Coragem Paulo Robson! Tem que ter coragem para escrever o que sente! Você tem coragem! Prof. Walteir Roberto.
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