Música: Calos Piazer
Letra: Paulo Robson de Souza
(clique na foto para ouvir via Face)
Sementes são como portas grossas que se entregam à luz
Que, no retiro da horta, novas histórias conduz.
Embaixo da casca morta, um gás se antevê doçura
Pelas químicas estradas luz captura.
A vida é feita de fracassos e de tentativas
Em volta do milagre de nascer intempestiva.
É a certeza revelando a incerteza do momento
Tênue fio de luz rasgando infindável escuridão.
A vida tem um jeito próprio e descarado
De se fazer de morta – um fato destacado.
Quando se tem esperança, brasa é fogo adormecido
Aguardando um sopro amigo pra rasgar a escuridão.
Não é possível irromper um grito não tendo voz.
No silêncio gris do vácuo é preciso ser tenaz
Jogar fora a casca morta, ser solidão da horta
E na terra se sujar para germinar.
Sementes são como portas grossas que se entregam à luz
Que, no retiro da horta, novas histórias conduz.
Embaixo da casca morta, um gás se antevê doçura
Pelas químicas estradas luz captura.

Em vez de baú, relativo à guarda de objetos caros e finos, caçuá, que me traz lembranças da infância e da poesia popular cantada nas feiras de Santana e de Conquista, na Bahia. O caçuá é ambulante, roceiro, de conteúdo discernível pelas frestas do seu trançado – seus cipós formam paredes quase diáfanas, revelando objetos que contam histórias, incitam sensações, reavivam memórias... Baú é aristocracia sobre cavalo branco. Prefiro os caminhos desbravados pelo jegue.
domingo, 30 de outubro de 2016
sábado, 3 de setembro de 2016
ENTREVISTA AO PROGRAMA CULT.E (TVE)

Clique na foto para assistir.
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"O Cult.e é revista cultural semanal da TV Educativa de MS.
Neste programa uma matéria feita na Galeria Dona Neta, que fica no centro de campo grande, e virou um reduto para os apaixonados por tatuagens.
O trabalho de Paulo Robson, biólogo e professor da UFMS, que usa a fotografia e Clayton Sales conta a história do cinema em Campo Grande
A história de um caminhoneiro que mudou sua vida e passou a construir casa de crianças.
O blog Balaio de Gato de Leandro Marques é o tema da semana na Webserie Por Aí.
O trabalho de Lambert, que usa reciclados eletrônicos como componentes de sua arte, e as dicas culturais para o final de semana.
Tudo isso aqui no Cult.e
O programa Cult.e vai ao ar toda sexta-feira 21h, com reprise aos sábados 11h.
Curta a página do programa www.facebook.com/culte.tvems"
sábado, 9 de julho de 2016
DONA CIDA
Hoje eu serei todo
atenção ao que não
não comungou
não abraçou não sorriu
não disse bom dia ao céu,
qualquer que fosse sua cor.
Dona Cida chorou diante de mim,
ao meu abraço de gratidão por suas orações para que eu concluísse a tese. Rezou
aos pés do Altíssimo, foi o que fez. Contou-me um fato que eu não me lembrava
mais, gestos de amizade que se perdem no tempo; decisões que, se para um é
natural, para o outro é marca boa que fica. Dona Cida chorou de alegria e,
tomada de passado bom, sorriu.
Hoje serei, todo, atenção.
Paulo Robson de Souza
14.4.14
DRAMÁTICA
A mulher declama um poema.
Dramática, retira suspiros e ais de verso insosso. Enquanto isso, a poesia bate
à porta, pedindo pra sair.
Paulo Robson de Souza
10.5.14
REFÚGIO DOS PENADOS
Buscava entreter seus vícios com
coisas de não sei o que fazer. Uma lástima, diriam. Nunca mais conseguiu um
nada sequer. Sua teimosia era comprar e comprar; prazeres que não são da carne,
não são da alma, prazeres estranhos, esses de encher os olhos de bobagens que
imediatamente serão descartadas, nunca usadas.
Dizem que foi dar com as fuças na miséria, tomado de assalto pelas armadilhas da vida.
Paulo Robson
de Souza
Ponta Porã, 2.9.2014
RELIGAÇÃO
Refúgio
de sensos perdidos,
inconformismos
próprios da natureza.
É ombro amigo
água
trigo
vento com que arrefece corações.
Religião não é templo.
É tempo.
17.9.2014
Paulo Robson
de Souza
CARPE DIEM!
Balançando o esqueleto
lá vou eu colher o dia
ter o sol, reter o vento
aspirar a maresia
sentir a vida, comer
nosso pão de poesia.
Paulo Robson de Souza
16.9.2014domingo, 3 de abril de 2016
VALSA DA FORMIGA
(Clique na imagem para assistir)
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Do livro Animais Mais Mais (com CD encartado)
Música: Júlio Feliz
Letra: Paulo Robson de Souza
Intérprete: Angélica Jado Chagas
Flauta: Adriano Praça
Arranjo e produção: Júlio Feliz
Fotos, imagens (celular) e edição: Paulo Robson de Souza
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Do livro Animais Mais Mais (com CD encartado)
Música: Júlio Feliz
Letra: Paulo Robson de Souza
Intérprete: Angélica Jado Chagas
Flauta: Adriano Praça
Arranjo e produção: Júlio Feliz
Fotos, imagens (celular) e edição: Paulo Robson de Souza
sábado, 22 de agosto de 2015
ENTREVISTA AO ZIRALDO
Quase dois anos depois de veiculado pela TV Brasil, eis que somente hoje encontrei a entrevista que o Ziraldo fez comigo em julho de 2013. Clique na foto para assistir ao delicioso "ABZ do Ziraldo", programa na íntegra. Chama a criançada!
Paulo Robson de Souza
Paulo Robson de Souza
domingo, 9 de agosto de 2015
TOCA-DISCOS: CONSERTA-SE
(Especial para Pescadores de Pérolas... Musicais / Facebook)
Neste domingo agi como minha mãe que, sem nada entender de fios, eletrônica e afins, nos anos 70 abria o velho ferro de passar para dar-lhe um jeito. Ousada, dona Santinha até hoje nunca diz “não sei consertar”, mas “não sei, mas posso tentar”. Meu pai Jaime também é assim, prático e destemido aventureiro para com os aparelhos defeituosos.
Incomodado após ouvir muito mal um “bolachão” da melhor qualidade, por causa de defeitos do toca-discos, nesta manhã enchi o peito de “donassantices” e, cuidadosamente, retirei o prato giratório para consertar o velho aparelho. Aliás, velho incômodo, confesso: há anos sua rotação está baixa, fazendo com que a voz de Ney Matogrosso pareça a de Maria Alcinda, de tão grave, lembrando a velha piada do Renato Aragão.
O medo de consertá-lo na base da tentativa-e-erro advinha do perigo de a polia se romper. Feita de borracha frágil e delgada, envolve o perímetro do prato e o eixo do motorzinho, fazendo com que o prato gire e, por conseguinte, o disco de vinil nele assentado. Uma coisinha tão simples, está fora de linha desde o advento do CD, embora seja uma quase alma das vitrolas.
Passado o clima de suspense, bastaram duas gotas de óleo no eixo do motor para pôr fim ao atrito que emperrava o mecanismo, não sem antes limpar a graxa velha que mais parecia visgo de jaca. Maior dificuldade foi encaixar a polia no eixo do motor sem que ela se soltasse do prato giratório, o que consegui esticando-a com um pedaço de fio dental, já que o eixo fica quase que totalmente escondido à medida que o prato é assentado.
Para minha surpresa, não apenas o toca-discos voltou às 33 rotações, como também ─ sei lá porque ─ o braço da agulha passou a retornar ao suporte de descanso depois de percorrer o LP, e agora o aparelho é desligado automaticamente.
Comemorei o “grande feito” ouvindo um LP inteiro de Ney Matogrosso. Que, por coincidência, tem um sugestivo título: Destino de Aventureiro.
Paulo Robson de Souza
12.10.14
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