terça-feira, 16 de maio de 2017

PRÉ-TEXTOS VII (SOBRE A INTUIÇÃO)




Tinha cochilado no finzinho de tarde e minha filha me achou “com cara de bravo”. Algo muito estranho, ter pesadelos durante um cochilo. Agora só me resta dormir.

*  *  *

Há algum tempo li um desses artigos acadêmicos. Argumentava sobre a tendência que os pesquisadores têm, à medida envelhecem, de substituir parte do pensamento científico por atos mais relacionados à intuição.  Penso ― penso? ― que neurônios envelhecidos tendem a desacreditar o sentido racional que certas coisas nos oferecem, passam a duvidar das certezas e a se cansar das interrogações. Em outras palavras, a senilidade torna dois sacos cheios: o próprio, e algum tipo de “saco mental”, aquela região cerebral que costuma mandar o mundo às favas toda vez que um idiota, um pretenso inteligente ou o pior tipo de gente, o arrogante, abre a boca inoportunamente.
Minha intuição me diz que hoje não devo sair de casa.


Paulo Robson de Souza
28/02/2005

Da série Poesia Todo Dia!

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