Para Rogério e Célia Silvestre
Por alguns dias a pequena Maia esteve
em nossa casa. Já havia me esquecido de como é lindo um sorriso, o jeito
embolado do falar de uma criança que ainda não completou três anos. A alegria
desta casa extrapolou os muros, apesar das cercas elétricas que nos impuseram
os vizinhos. Até o chato do Ted, nosso cachorrinho poodle avesso a crianças, se
encantou com seu jeito curioso de jogar a bolinha atravessadamente, às vezes
nele próprio, por falta de mira, de coordenação motora. Penso que o Ted riu
dessas boladas acidentais. E do jeito engraçado e carinhoso de ela me chamar de
“Pauinho”.
Demos mamão aos sabiás, fizemos
banquetes de massinhas, iogurte de verdade, jogo de imitar bichos, pinturas em
papel, demos banho no Morfeu (o Cão Maior) e no Ted, que milagrosamente voltou
a ficar branco. Com Maia nossa casa ficou mais azul.
Hoje reparei que Maia fala com as
mãos. Com os dedinhos apontando para todo lado, caretas e bocas de espanto, dá
ênfase a cada sílaba pronunciada. As exclamações estão nos braços
escandalosamente abertos e postos para cima das orelhas; as interrogações,
inevitavelmente são feitas com a palma das mãos exposta ao sol. Se é a cara do pai (Danilo) e cabelo da mamãe
(Luna), penso que o gestual foi todo herdado do avô Silvestre, italianíssimo.
Um mistério para a Ciência, esta herança de gestos de comunicação.
Paulo Robson de Souza (“Pauinho”)
19.3.14
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PS. uma vez disse para uma amiga
de origem italiana que, o dia que lhe amarrarem as mãos, ela para de falar...
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